O LADO OCULTO - Jornal Digital de Informação Internacional | Director: José Goulão

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CRONOLOGIA DE UMA PROVOCAÇÃO ATERRADORA

No dia 24 de Março deste ano, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, assinou o decreto 117/2021 no qual determina que a política oficial do seu regime é a de “reconquistar” a Crimeia à Rússia; e identifica o porto de Sebastopol como alvo prioritário desta estratégia. A iniciativa foi acompanhada pelo transporte de avultados meios de guerra, incluindo comboios de tanques, em direcção ao Leste ucraniano, a região onde Kiev tem mantido um cerco e actos de guerra contra as populações civis, essencialmente a cargo de unidades militares e paramilitares nazis. A decisão de Zelensky provocou uma reacção simétrica por parte da Rússia: reforço das capacidades militares na Península da Crimeia e nas imediações da fronteira oriental da Ucrânia. A comunicação social corporativa, sobretudo a “de referência”, só conta esta parte da história, encaixando-a na narrativa da “agressão russa”. Para se ter uma noção da real gravidade da situação, porém, é necessário conhecer o cenário completo.

O TERRORISMO DA NATO NO SEU ESPLENDOR

Em Março de 2011, quando a NATO já bombardeava a Líbia, Muammar Khaddafi enviou uma mensagem ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, lembrando que as forças de segurança do seu país estavam “a combater a al-Qaida no Magrebe islâmico, nada mais”, pelo que a intervenção estrangeira “era um risco de consequências incalculáveis no Mediterrâneo e na Europa”. O apelo do dirigente líbio não surtiu efeito: afinal, para as forças atlantistas a operação não era “um risco” mas sim uma estratégia deliberada – para todos os efeitos, uma estratégia terrorista.

POR DETRÁS DE UMA GUERRA RESSUSCITADA

Milhares de mercenários islâmicos que têm combatido contra a Síria sob as chancelas da al-Qaida e do Estado Islâmico (ISIS ou Daesh) foram e estão a ser recrutados por empresas de segurança turcas e norte-americanas para acordarem da letargia de 25 anos o conflito de Nagorno-Karabakh entre a Arménia e o Azerbaijão. Tendo em consideração que o status quo regional e internacional da disputa se tem mantido mais ou menos inalterado no último quarto de século, que interesses estão por detrás do despertar da guerra? A declaração recente de um cessar-fogo é importante mas não garante que fique aberto o caminho para aproximar posições.

O CAPITALISMO EM GUERRA SOBRE OS ESCOMBROS DA LÍBIA

A herança caótica deixada pela agressão da NATO contra a Líbia e que se aprofunda há quase nove anos está a degenerar numa situação aterradora de guerras cruzadas, motivadas por múltiplos interesses, capaz de fazer explodir alianças político-militares, afinidades religiosas e relações institucionais - com repercussões em todo o panorama internacional. O início, no dia de Natal, da transferência de terroristas da al-Qaida da Síria para território líbio, de modo a reforçar as forças do governo de Tripoli reconhecido pela ONU e a União Europeia, é apenas um dos muitos movimentos em curso na sombra dos holofotes mediáticos. E a Turquia acaba de aprovar o envio de tropas regulares para a Líbia.

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